
Melhorando a segurança na anestesia neuroaxial: Compreendendo patologias e melhorando a tomada de decisões
O uso de técnicas de anestesia espinhal e analgesia, incluindo procedimentos epidurais e subaracnóideos, é parte integrante da prática médica moderna. No entanto, esses procedimentos são frequentemente realizados sem orientação de imagem, o que pode levar a riscos significativos, particularmente em pacientes com patologias neuroaxiais subjacentes. Um estudo recente de Avellanal e outros 2024 enfatiza a necessidade de avaliações pré-operatórias completas para mitigar potenciais complicações, particularmente em pacientes com condições espinhais predisponentes.
Principais patologias que afetam a anestesia neuroaxial
- Estenose espinhal lombar (LES):
- Afeta até 19% dos indivíduos com mais de 60 anos.
- Caracterizado pela redução do espaço do canal vertebral, causando dor e possíveis desafios de anestesia.
- Implicações clínicas:
- Dificuldade com difusão anestésica.
- Risco de lesão traumática da raiz ou bloqueios lateralizados.
- Recomendações:
- Realizar exames de ressonância magnética ou tomografia computadorizada em pacientes de alto risco.
- Evite procedimentos neuroaxiais em níveis severamente estenóticos, a menos que sejam guiados por imagem.
- Fístula do líquido cefalorraquidiano e pseudomeningocele:
- Geralmente surgem de rupturas durais, muitas vezes pós-cirúrgicas.
- Pode se apresentar como dores de cabeça posturais ou permanecer assintomática.
- Recomendações clínicas:
- Triagem com imagens para pacientes com histórico cirúrgico.
- Evite técnicas neuroaxiais nos níveis afetados para evitar a reabertura de rupturas durais.
- Cistos facetários:
- Cistos sinoviais são comumente encontrados no nível L4-L5.
- Ele pode obstruir o fluxo anestésico ou ser perfurado inadvertidamente.
- Diretrizes:
- Identificar a presença de cisto por meio de imagens.
- Garanta abordagens alternativas ou ajuste as técnicas adequadamente.
- Cistos aracnoides:
- Raro, mas significativo, geralmente congênito ou pós-cirúrgico.
- Contraindicação absoluta para raquianestesia.
- Pontos de ação:
- Faça a triagem de pacientes com histórico de sintomas neurológicos ou cirurgia.
- Utilize imagens para detectar e avaliar o impacto do cisto.
- Coleções musculares, seromas e hematomas:
- Comuns em cenários pós-cirúrgicos, os seromas podem persistir sem serem detectados.
- Gestão:
- Imagem pré-operatória para detectar coleções.
- Tenha cuidado durante a inserção da agulha para evitar perfurar seromas.
- Extrusões de disco:
- Grandes hérnias podem distorcer a anatomia da coluna, complicando os procedimentos.
- Passos para mitigar riscos:
- Exame de ressonância magnética para casos recentes ou graves de dor nas costas.
- Evite bloqueios neuroaxiais em casos com deslocamento dural significativo.
Recomendações para avaliação pré-operatória
- Avaliações abrangentes:
- Inclua histórico do paciente, exame físico e exames de imagem (ressonância magnética ou tomografia computadorizada) para casos suspeitos.
- Incorpore ferramentas validadas para rastrear condições como LSS.
- Análise de risco-benefício:
- Priorize técnicas alternativas quando procedimentos neuroaxiais apresentarem riscos significativos.
- Reduza a dose anestésica para minimizar a neurotoxicidade e as complicações.
- Integração de imagens:
- Use raios X, ultrassom ou fluoroscopia para procedimentos guiados, especialmente em casos desafiadores.
Conclusão
As complexidades da patologia espinhal exigem uma mudança nas práticas clínicas em direção a avaliações completas antes dos procedimentos neuroaxiais. Ao incorporar imagens avançadas e adotar uma abordagem cautelosa, os profissionais de saúde podem melhorar os resultados dos pacientes e reduzir os riscos de morbidade. Essa mudança de paradigma não apenas salvaguarda a segurança do paciente, mas também otimiza a eficácia das técnicas de anestesia regional.
Para informações mais detalhadas, consulte o artigo completo em Anestesia Regional e Medicina da Dor.
Avellanal M, Riquelme I, Ferreiro A, et al. Patologia neuroaxial e anestesia regional: um guia educacional para tomada de decisão. Regional Anesthesia & Pain Medicine 2024;49:832-839.
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