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Abordando a anemia perioperatória: novos insights de uma revisão abrangente

Abordando a anemia perioperatória: novos insights de uma revisão abrangente

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Anemia perioperatória, uma condição que afeta quase um terço dos pacientes cirúrgicos, apresenta um desafio significativo na prática médica. Essa condição é frequentemente exacerbada pela cirurgia devido a fatores como perda de sangue, hemodiluição e supressão da medula óssea. A anemia está associada a uma série de resultados negativos, incluindo aumento da mortalidade, internações hospitalares mais longas e maiores taxas de readmissões. Apesar desses riscos, muitos médicos não estão totalmente equipados para rastrear e gerenciar eficazmente a anemia no pré-operatório. Uma revisão recente do Sociedade para Avaliação Perioperatória e Melhoria da Qualidade lança luz sobre as abordagens diagnósticas e estratégias de tratamento que podem transformar os cuidados perioperatórios.

Compreendendo o impacto da anemia perioperatória

A Organização Mundial da Saúde define anemia como níveis de hemoglobina abaixo de 13.0 g/dl para homens e 12.0 g/dl para mulheres não grávidas. Mesmo anemia leve tem sido associada a um risco aumentado de mortalidade pós-operatória e complicações cardiovasculares. Alarmantemente, muitos profissionais de saúde subestimam a importância da anemia leve, assumindo que ela não afeta os resultados, a menos que seja grave o suficiente para justificar a transfusão. Esse equívoco pode levar a um gerenciamento perioperatório ruim.

Principais conclusões

  1. Prevalência e riscos:
    • Aproximadamente um terço dos pacientes cirúrgicos são anêmicos.
    • A anemia está associada a resultados adversos, incluindo aumento da mortalidade, internações hospitalares prolongadas e maior probabilidade de complicações pós-operatórias.
    • As transfusões de eritrócitos, embora comuns, não necessariamente reduzem os riscos e podem estar associadas a complicações adicionais, como infecção e mortalidade.
  2. Abordagens de triagem e diagnóstico:
    • A triagem com hemograma completo é recomendada para todos os pacientes pré-operatórios, com exceção daqueles submetidos a procedimentos menores.
    • Testes de acompanhamento essenciais incluem ferritina, estudos de ferro, contagem de reticulócitos e níveis de creatinina. A presença de células macrocíticas ou microcíticas deve levar a investigações adicionais sobre causas potenciais, como deficiência de ferro ou deficiência de vitamina B12.
  3. Falta de ferro:
    • A deficiência de ferro, a deficiência nutricional mais prevalente no mundo, afeta quase 50% dos indivíduos anêmicos. Ela pode se manifestar mesmo sem anemia e contribuir para resultados clínicos ruins.
    • Os indicadores mais confiáveis ​​de deficiência de ferro são níveis baixos de ferritina (<30 ng/mL) e saturação de transferrina abaixo de 20%.

Estratégias de gestão e tratamento

  1. Ferro oral vs. intravenoso:
    • Ferro oral: amplamente disponível e econômico, mas limitado pela má absorção e efeitos colaterais como desconforto gastrointestinal.
    • Ferro intravenoso: preferido por sua rápida reposição de estoques de ferro, especialmente em pacientes em que a cirurgia é iminente. Várias formulações estão disponíveis, e a escolha geralmente depende do custo e das necessidades do paciente. Por exemplo, a sacarose de ferro, apesar de ser mais barata, pode exigir várias visitas para eficácia total.
  2. Agentes estimuladores da eritropoiese (AEE):
    • Os ESAs podem aumentar os níveis de hemoglobina e reduzir a necessidade de transfusões. Eles são normalmente usados ​​com cautela devido a preocupações passadas sobre riscos como tromboembolismo. No entanto, análises recentes mostram que eles podem ser seguros e eficazes, especialmente em pacientes que recusam transfusões ou em casos específicos como anemia ou inflamação.
  3. Suplementação de vitamina B12 e folato:
    • Isto é recomendado para pacientes com anemia macrocítica ou deficiências identificadas. A suplementação oral é adequada para a maioria, mas injeções intramusculares são preferidas para deficiências graves ou condições como anemia perniciosa.

orientações

  1. Triagem precoce:
    • O ideal é que o exame de anemia seja feito quatro semanas antes da cirurgia para dar tempo ao diagnóstico e ao tratamento.
  2. Avaliação completa:
    • A colaboração com especialistas como hematologistas ou gastroenterologistas é crucial, principalmente em casos que envolvem anemia complexa ou condições concomitantes, como sangramento gastrointestinal.
  3. Considerações sobre seguro e custos:
    • Ferro intravenoso e ESAs podem ser caros, e autorização prévia é frequentemente necessária. Equilibrar custo-efetividade com resultados para o paciente e conveniência é vital.

Monitoramento e cuidados pós-tratamento

Monitorar a resposta do paciente ao tratamento é essencial. Uma repetição do hemograma completo e da contagem de reticulócitos duas a três semanas após o tratamento pode confirmar a eficácia, com um aumento significativo da hemoglobina tipicamente visto com terapia intravenosa de ferro. Se a resposta for subótima, é necessária uma reavaliação para perda contínua de sangue ou diagnósticos alternativos.

Conclusão

Os achados desta revisão abrangente destacam a importância do gerenciamento proativo da anemia no ambiente perioperatório. Triagem eficaz, diagnóstico oportuno e tratamento apropriado podem mitigar os riscos associados à anemia perioperatória e melhorar os resultados dos pacientes. A adoção dessas práticas em clínicas pré-operatórias pode levar a melhores cuidados, menor necessidade de transfusões e menor tempo de internação hospitalar.

Para informações mais detalhadas, consulte o artigo completo em Anestesiologia.

Kumar M, Hepner DL, Grawe ES, Keshock M, Khambaty M, Patel MS, Sweitzer B. Diagnóstico e tratamento da anemia perioperatória: uma revisão colaborativa da Society for Perioperative Assessment and Quality Improvement. Anestesiologia. 2024 Nov 1;141(5):984-996. 

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