Dexametasona intravenosa vs. perineural para analgesia prolongada: otimizando o alívio da dor
Introdução
O bloqueio do plexo braquial interescalênico é a base para o manejo da dor pós-operatória, principalmente após cirurgias no ombro. Aumentar a duração da analgesia é fundamental para o conforto e a recuperação do paciente, e a dexametasona, um esteróide potente, demonstrou desempenhar um papel significativo nesta melhoria. No entanto, a via ideal de administração – intravenosa (IV) versus perineural – continua a ser um tema de debate. Esta notícia investiga uma revisão sistemática abrangente e uma meta-análise que compara essas duas vias de administração, com o objetivo de fornecer clareza aos médicos.
Visão geral do estudo
- Objetivo: Comparar a eficácia da dexametasona intravenosa e perineural no prolongamento da analgesia após bloqueio interescalênico do plexo braquial.
- Design: Uma revisão sistemática, meta-análise e análise sequencial de ensaios.
- Participantes: 11 ensaios envolvendo 1145 pacientes submetidos a cirurgia no ombro.
- Resultado primário: Duração da analgesia.
- Desfechos secundários: tempo de início do bloqueio sensorial e motor, escores de dor em vários intervalos de tempo, consumo cumulativo de opioides e incidência de efeitos adversos.
Principais conclusões
- A dexametasona perineural aumentou significativamente a duração da analgesia em uma média de 2 horas em comparação com a dexametasona IV.
- A administração perineural também diminuiu o tempo de início do bloqueio sensorial e motor.
- A dexametasona perineural resultou em menores escores de dor 12 horas após a cirurgia.
- Não foram observadas diferenças significativas no consumo cumulativo de opioides entre os dois grupos.
- Não houve diferenças significativas nos efeitos adversos, incluindo náuseas, vômitos, hiperglicemia, infecção e complicações neurológicas.
Discussão
Os resultados sugerem que, embora a dexametasona perineural ofereça um aumento modesto na duração da analgesia, o significado clínico desta diferença é discutível. Dado o status off-label da administração perineural e o risco de cristalização quando misturada com certos anestésicos locais como a ropivacaína, a administração intravenosa pode ser a opção mais segura e prática para a maioria dos ambientes clínicos.
Conclusão
Esta revisão abrangente destaca os benefícios e riscos diferenciados associados às vias de administração da dexametasona no prolongamento da analgesia após bloqueio do plexo braquial interescalênico. Enquanto perineural a administração pode oferecer analgesia um pouco mais prolongada, a administração intravenosa é recomendada devido ao seu perfil de segurança e praticidade.
Para informações mais detalhadas, consulte o artigo completo no Jornal Britânico de Anestesia.
Albrecht E, Renard Y, Desai N. Dexametasona intravenosa versus perineural para prolongar a analgesia após bloqueio interescalênico do plexo braquial: uma revisão sistemática com meta-análise e análise sequencial de ensaios. Ir J Anaesth. 2024;133(1):135-145.
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