Nova estratégia para redução da pressão arterial mostra-se promissora para pacientes com hemorragia intracerebral
Um novo estudo publicado recentemente em Anestesiologia revela avanços significativos no controle da pressão arterial em pacientes que sofrem de hemorragia intracerebral espontânea (ICH). Esta condição, a forma mais grave de acidente vascular cerebral agudo, afecta aproximadamente 2 milhões de pessoas em todo o mundo todos os anos. O novo regime, envolvendo remifentanil e a dexmedetomidina, demonstra controle superior da pressão arterial sistólica (PAS) em comparação aos métodos tradicionais.
Principais conclusões
- Maior taxa de controle de PAS: O estudo mostrou que 62.7% dos pacientes do grupo intervenção atingiram a PAS alvo em 1 hora, em comparação com 39.8% no grupo controle.
- Agitação reduzida: Os pacientes tratados com remifentanil e dexmedetomidina apresentaram menos agitação, contribuindo para um melhor manejo geral do paciente.
- Nenhuma diferença no crescimento do hematoma: Apesar da melhora no controle da PAS, não houve diferença significativa no crescimento do hematoma ou nos resultados em longo prazo entre os grupos.
BACKGROUND
A hipertensão arterial exacerba os resultados em pacientes com HIC, mas o tratamento anti-hipertensivo ideal não está claro. O uso do remifentanil, um opioide de ação ultracurta, associado à dexmedetomidina, um agonista dos receptores α2-adrenérgicos, tem mostrado resultados promissores devido às suas propriedades analgésicas e antissimpáticas.
Detalhes do estudo
- Design: Um ensaio multicêntrico, prospectivo, cego, randomizado e controlado de superioridade.
- Participantes: 338 pacientes com HIC e PAS ≥ 150 mmHg foram incluídos em 14 hospitais terciários na China.
- intervenções: Os pacientes foram randomizados para receber uma combinação de remifentanil e dexmedetomidina ou terapia anti-hipertensiva padrão.
- Resultados medidos: O desfecho primário foi a taxa de controle da PAS 1 hora após o tratamento. Os desfechos secundários incluíram variabilidade da pressão arterial, função neurológica e desfechos clínicos.
Resultados
- Resultado primário: O grupo de intervenção teve uma taxa de controle da PAS significativamente maior 1 hora após o início do tratamento (62.7% vs. 39.8%).
- Resultados secundários: Melhor estabilidade da pressão arterial pós-procedimentos e redução dos escores analgésicos e sedativos.
- Segurança: O grupo de intervenção apresentou maior incidência de bradicardia e depressão respiratória, que foram controláveis com ajustes de dose.
Implicações para a Prática Clínica
Este estudo sugere que o remifentanil e a dexmedetomidina poderiam ser integrados em estratégias precoces de redução intensiva da pressão arterial para pacientes com HIC. Esta abordagem não só alcança um controle rápido e estável da pressão arterial, mas também facilita um melhor manejo do paciente, reduzindo a agitação e permitindo uma sedação mais leve.
Conclusão
A combinação de remifentanil e dexmedetomidina apresenta uma alternativa promissora aos tratamentos anti-hipertensivos tradicionais para pacientes com HIC, oferecendo melhor controle da pressão arterial e conforto ao paciente. Mais estudos são necessários para confirmar esses achados e integrá-los às diretrizes clínicas.
Para informações mais detalhadas, consulte o artigo completo em Anestesiologia.
Dong R, Li F, Li B, et al. Efeitos de uma estratégia precoce de redução intensiva da pressão arterial usando remifentanil e dexmedetomidina em pacientes com hemorragia intracerebral espontânea: um ensaio multicêntrico, prospectivo, de superioridade e randomizado controlado. Anestesiologia. 2024;141(1):100-115.
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