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Avaliação do efeito da bupivacaína lipossomal no bloqueio do plexo braquial supraclavicular

7 de novembro de 2024

Um estudo recente publicado em Anestesiologia investigou a eficácia da adição de bupivacaína lipossomal à bupivacaína padrão em bloqueios supraclaviculares do plexo braquial para pacientes submetidos a cirurgias de fratura radial distal. Os bloqueios do plexo braquial supraclavicular são amplamente usados ​​para anestesia regional em cirurgias de membros superiores, incluindo procedimentos de punho e mão. Embora a bupivacaína padrão forneça alívio eficaz da dor, sua duração é limitada, e os pacientes frequentemente sentem dor rebote dentro de 24 horas da cirurgia. Essa dor rebote pode resultar em aumento do consumo de opioides e recuperação retardada. Bupivacaína lipossômica (Exparel®), que é projetado para liberação prolongada, oferece o potencial de prolongar o alívio da dor, mas seu uso neste contexto não foi extensivamente estudado. O objetivo da pesquisa foi avaliar se a combinação de bupivacaína lipossomal com bupivacaína padrão poderia melhorar o controle da dor durante as primeiras 48 horas críticas após a cirurgia, reduzindo assim o uso de opioides e melhorando os resultados da recuperação.

Objetivo e métodos do estudo

Este estudo randomizado, duplo-cego, foi desenhado para comparar a eficácia da bupivacaína lipossomal versus bupivacaína padrão isoladamente em bloqueios do plexo braquial supraclavicular. O estudo incluiu 80 pacientes submetidos a cirurgia de fratura radial distal, que foram aleatoriamente designados para um dos dois grupos:

  • Grupo bupivacaína lipossomal: Os pacientes neste grupo receberam uma combinação de 10 mL de bupivacaína simples a 0.5% e 10 mL de bupivacaína lipossomal a 1.33%, perfazendo um volume total de 20 mL.
  • Grupo padrão de bupivacaína: Os pacientes deste grupo receberam 20 mL de bupivacaína simples a 0.5%.

O desfecho primário medido foi a dor pós-operatória, avaliada usando uma escala de classificação numérica (NRS) ao longo de um período de 48 horas. Os desfechos secundários incluíram dor durante o movimento, uso geral de analgésicos e recuperação funcional. O estudo também monitorou quaisquer efeitos adversos, incluindo alterações na função sensorial e motora, para garantir a segurança e a comparabilidade de ambos os tratamentos.

Principais conclusões

  • Redução da dor: O grupo que recebeu bupivacaína lipossomal apresentou escores de dor significativamente menores em repouso (0.6 vs. 1.4, p < 0.001) nas primeiras 48 horas, mostrando melhor alívio precoce da dor.
  • Dor durante o movimento: A dor durante o movimento também foi menor no primeiro dia de pós-operatório (1 vs. 2.7, p < 4.9), auxiliando na mobilização precoce. 
  • Benefício analgésico: O grupo que recebeu bupivacaína lipossomal apresentou maior benefício geral com pontuação de analgesia (1.1 vs. 1.7, p = 0.020), refletindo melhor controle da dor e satisfação do paciente.
  • Benefício limitado a longo prazo: Após 48 horas, não houve diferenças significativas nas pontuações de dor, recuperação ou resultados funcionais entre os dois grupos.
  • Efeitos adversos: Ambos os grupos apresentaram taxas semelhantes de efeitos colaterais, sem diferenças na função sensorial ou motora, indicando segurança comparável.

Conclusão

O estudo concluiu que a adição de bupivacaína lipossomal à bupivacaína padrão em bloqueios do plexo braquial supraclavicular proporcionou alívio da dor significativamente melhor durante as primeiras 48 horas após a cirurgia, particularmente reduzindo a dor em repouso e durante o movimento. No entanto, além desse período, não houve vantagens notáveis ​​a longo prazo em termos de controle da dor, recuperação ou resultados funcionais em comparação à bupivacaína padrão sozinha.

Pesquisas futuras

Embora os benefícios pós-operatórios imediatos sejam promissores, mais pesquisas são necessárias para avaliar a eficácia a longo prazo da bupivacaína lipossomal, seu potencial em outros procedimentos cirúrgicos e se ela pode reduzir consistentemente o consumo de opioides e melhorar a recuperação geral do paciente em vários cenários clínicos.

 Para informações mais detalhadas, consulte o artigo completo em Anestesiologia

 Chan TCW, Wong JSH, Wang F, et al. Adição de Bupivacaína Lipossomal à Bupivacaína Padrão versus Bupivacaína Padrão Sozinha no Bloqueio do Plexo Braquial Supraclavicular: Um Ensaio Clínico Randomizado. Anestesiologia. 2024;141(4):732-744.

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