
Blocos ESP combinados com crioablação mostram-se promissores na redução do uso de opioides para procedimento de Nuss
Um estudo recente publicado em Anestesia Regional e Medicina da Dor explora uma estratégia inovadora de controle da dor para pacientes submetidos ao procedimento de Nuss para reparo do pectus excavatum. A pesquisa, realizada na Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins, avalia a eficácia da combinação bilateral blocos do plano eretor da espinha (ESP) com crioablação cirúrgica do nervo intercostal.
Introdução ao pectus excavatum e procedimento de Nuss
Pectus excavatum (PE) é uma deformidade congênita comum da parede torácica caracterizada por um esterno afundado. Casos graves podem prejudicar a função cardiopulmonar, necessitando de intervenção cirúrgica. O procedimento de Nuss, uma técnica minimamente invasiva, tornou-se o padrão de atendimento. Envolve a inserção e rotação de barras metálicas para correção da deformidade da parede torácica. Apesar de seus benefícios, o procedimento está associado a dor pós-operatória significativa, tradicionalmente tratada com analgesia intravenosa multimodal, anestesia neuroaxial e regional, incluindo bloqueios de nervos intercostais e crioablação.
Objetivo e métodos do estudo
O estudo teve como objetivo avaliar o impacto da adição de bloqueios ESP ao protocolo estabelecido de manejo da dor envolvendo crioablação do nervo intercostal. Os pesquisadores conduziram uma análise retrospectiva comparando 20 pacientes que receberam bloqueios ESP T6 de dose única guiados por ultrassom bilateral e crioablação do nervo intercostal colocada pelo cirurgião com um grupo de controle de 20 pacientes que foram submetidos apenas à crioablação. As medidas de resultados primários incluíram escores de dor pós-operatória, uso total de opioides hospitalares e tempo de internação hospitalar.
Principais conclusões
- Uso de opioides: A mediana total de equivalentes em miligramas de morfina intravenosa hospitalar (MME) foi significativamente menor no grupo ESP em comparação ao grupo controle (0.60 mg/kg vs 1.15 mg/kg, p<0.01).

Necessidades medianas de opioides para fases intraoperatórias e pós-operatórias de cuidados com barras de erro mostrando AIQs. Crio, crioterapia; ESP, plano eretor da espinha; MME, equivalentes em miligramas de morfina; DPO, dia pós-operatório.
- Duração da estadia: Os pacientes do grupo ESP tiveram menor tempo médio de internação hospitalar em comparação ao grupo controle (1.95 vs 2.45 dias, p=0.03).

Tempo de internação hospitalar para pacientes que receberam bloqueio ESP e crioterapia em comparação com aqueles que receberam apenas crioterapia. Crio, crioterapia; ESP, plano eretor da espinha.
- Pontuações de dor: Não houve diferença significativa nos escores de dor pós-operatória entre os dois grupos.
Implicações clínicas
A combinação de bloqueios ESP com crioablação do nervo intercostal mostra-se promissora na redução do consumo de opioides e na facilitação da alta hospitalar mais precoce sem comprometer o controle da dor. Esta abordagem pode reduzir os efeitos colaterais sistêmicos associados ao maior uso de opioides, como náuseas e constipação, melhorando potencialmente os resultados dos pacientes e a eficiência hospitalar.
Direções futuras
O estudo fornece uma base para futuros ensaios clínicos randomizados para confirmar essas descobertas e explorar os resultados a longo prazo, incluindo a incidência de complicações pós-operatórias, como dor neuropática. Mais pesquisas também poderiam padronizar os regimes perioperatórios de opioides para aumentar a reprodutibilidade dos resultados.
Conclusão
O estudo piloto indica que a adição de bloqueios ESP bilaterais de dose única à crioablação cirúrgica do nervo intercostal pode reduzir significativamente o uso de opioides e encurtar as internações hospitalares de pacientes submetidos ao procedimento de Nuss. Esses achados podem influenciar futuros protocolos de manejo da dor, oferecendo uma abordagem mais eficaz e segura aos cuidados pós-operatórios em cirurgia pediátrica.
Para informações mais detalhadas, consulte o artigo completo em RAP.
Aranda-Valderrama P, Greenberg RS, Vecchione TM, et al. O bloqueio combinado do plano eretor da espinha com crioablação cirúrgica do nervo intercostal para o procedimento de Nuss está associado à diminuição do uso de opioides e do tempo de internação. Reg Anesth Pain Med. 2024;49:248-253.
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